A mama, como parte integrante da saúde da mulher, deve ser vigiada periodicamente, seja através de consultas ou de exames, nomeadamente mamografias. A abordagem das doenças da mama é multidisciplinar, pois congrega a competência de várias especialidades.

Patologias da Mama
As patologias da mama podem incluir distúrbios benignos (não cancerígenos) ou malignos (cancerígenos).

Distúrbios Benignos

Mastalgia:

  • Em geral ocorre e/ou durante a menstruação, mas podem acontecer em qualquer em qualquer momento do ciclo menstrual, causadas pelas alterações hormonais. Na maioria dos casos, o uso dos analgésicos soluciona os sintomas. Mais raramente, são necessárias medicações estrogénicas com efeitos colaterais mais importantes.

Cistos:

  • Os cistos contém líquido, e podem ser puncionados no próprio consultório, quando palpáveis. Só se recorre a cirurgia, para excluir a hipótese de Cancro, se o mesmo cisto voltar, houver massa restante após punção ou o líquido for sanguinolento. Pacientes com cistos múltiplos simples podem acompanhar com ecografia e mamografia.

Doença Fibrocística da Mama/Adensamento:

  • Apesar de ser chamada de doença, esta condição não é uma doença. A doença fibrocística da mama é um distúrbio comum no qual há dor mamária, cistos e nódulos benignos simultaneamente. Áreas de adensamentos são áreas endurecidas, acompanhadas ou não de dor e nodularidade. Em caso de dor, está indicado o uso de analgésicos.

Fibroadenomas Mamários:

  • Os fibroadenomas são nódulos sólidos benignos. Ocorrem mais frequentemente em mulheres jovens, entre a adolescência e os 30 anos de idade. Os nódulos são facilmente mobilizados, possuem bordas nitidamente definidas que podem ser palpadas durante o autoexame. Possuem uma consistência de borracha. Mesmo benignos têm uma tendência a voltar e podem atingir grandes volumes. O diagnóstico é principalmente clínico, mas pode ser complementado com punção e ecografia. O tratamento é exclusivamente cirúrgico.

Infeção e Abscesso da Mama:

  • As mastites (infeções mamárias) são raras, exceto após o parto e durante a amamentação. Em alguns casos , o Cancro da Mama pode produzir sintomas semelhantes aos de uma infeção mamária. A mama infetada torna-se hiperemiada (vermelha), edemaciada (inchada), sensível e quente. O tratamento adequado é a administração de antibióticos. A amamentação pode ser mantida. O abscesso mamário, ainda mais raro, deve-se à acumulação de pus na mama. Geralmente evolui de uma mastite não tratada. Recorre-se igualmente a antibióticos e é drenado cirurgicamente.

Distúrbio Maligno

Das diversas doenças da mama destaca-se, pela sua gravidade, o Cancro da Mama.

Cancro da Mama

O cancro da mama é a segunda maior causa de morte por cancro na mulher. Em Portugal são diagnosticados cerca de 4500 novos casos de cancro da mama por ano, dos quais cerca de 1500 acabam por provocar a morte da mulher.
Apesar do cancro da mama poder aparecer em qualquer idade da mulher, a sua incidência é realmente maior entre os 40 e os 60 anos.


Quem está em risco?

Apesar de ainda não ser conhecida uma causa específica para o cancro da mama, existem alguns fatores que determinam o grau de risco da mulher:

  • Idade: a possibilidade de ter cancro da mama aumenta com a idade.
  • História Pessoal de Cancro da Mama: mulheres que já tenham tido cancro da mama correm um maior risco de voltar a ter a doença.
  • História Familiar: o facto de haver na família pessoas que já tenham tido cancro da mama, nomeadamente mãe, tia ou irmã, aumentam o risco de cancro na mulher.
  • Alterações Genéticas: alterações em certos genes (BRCA1, BRCA2, entre outros) aumentam o risco de cancro da mama.
  • História Menstrual Longa: o risco aumenta em mulheres que tenham a primeira menstruação em idade precoce (antes dos 12 anos), em mulheres que tenham uma menopausa tardia (após os 55 anos) e em mulheres que nunca tiveram filhos.
  • Radioterapia no Peito: as mulheres que tenham feito radioterapia ao peito antes dos 30 anos, apresentam um risco mais elevado de terem cancro da mama.

Sinais e Sintomas do Cancro da Mama

Como não é possível prever o aparecimento do cancro da mama, é determinante um diagnóstico precoce, que pode ser conseguido se a mulher tiver atenção ao seu peito. Todos os meses, idealmente após a menstruação, a mulher deve observar as suas mamas e procurar quaisquer tipos de alterações.


Sintomas que podem alertar as mulheres:

  • Qualquer alteração na mama ou no mamilo quer no aspeto quer na palpação
  • Qualquer nódulo ou espessamento na mama
  • Sensibilidade no mamilo
  • Alteração do tamanho ou forma da mama
  • Retração do mamilo (mamilo virado para dentro da mama)
  • Pele da mama, aréola ou mamilo com aspeto escamoso, vermelho ou inchado, pode apresentar saliências ou reentrâncias, de modo a parecer “casca de laranja”
  • Secreção ou perda de líquido pelo mamilo

Após esta observação a mulher deverá palpar as suas mamas. Poderá fazê-lo em pé, durante o banho, ou deitada. Em qualquer das circunstâncias a mama deverá ser palpada, pela mão contra-lateral, contra a parede torácica, procurando a existência de um eventual nódulo. Em caso de aparecimento de alguma alteração ou dor deverá procurar de imediato a ajuda de um senologista.

 

Fonte: https://goclinic.com.pt/patologias-da-mama/

https://www.sanarmed.com/resumo-sobre-patologias-da-mama-completo-sanarflix