15 de setembro – Dia Mundial do Linfoma
Assinala-se, hoje, o Dia Mundial do Linfoma.
O linfoma é uma doença maligna do sangue, que afeta crianças e adultos, e resulta do crescimento descontrolado dos linfócitos (tipo de glóbulo branco). Essa multiplicação anormal de células ocorre nos gânglios linfáticos ou medula óssea, resultante de erros genéticos, tendendo a estender-se a outros órgãos.
Em Portugal são diagnosticados anualmente cerca de 1.700 a 2.300 novos casos de linfoma, sendo o 7º tipo de cancro mais frequente entre população adulta e o 3º na população pediátrica. Verifica-se maior incidência no sexo masculino.
Genericamente, os linfomas dividem-se em dois grandes grupos:
- O Linfoma não-Hodgkin (LNH) é o tipo de linfoma mais frequente, representando cerca de 85% dos casos de linfomas. Resulta de uma multiplicação progressiva de células linfoides do tipo B, T ou NK. Estima-se que, em Portugal, surjam 2000 novos casos por ano, afetando indivíduos em idade mais avançada (na altura do diagnóstico, a idade média dos doentes é de 65 anos). Os LNH parecem estar associados a alterações nas células que podem ocorrer sem motivo aparente ou serem provocadas por infeções crónicas, fatores ambientais, estados de imunodeficiência e doenças inflamatórias crónicas.
- O Linfoma de Hodgkin (LH) é muito menos frequente, estimam-se, em Portugal, 300 novos casos anualmente. Tem dois picos de incidência – jovens adultos (3ª década) e adultos com 60 anos. OS fatores de risco para este tipo de linfoma não são claros, contudo, existe forte associação com infeção pelo vírus Epstein-Barr. O LH apresenta uma elevada taxa de cura.
À semelhança dos restantes tipos de cancro, o prognóstico depende muito do estadio da doença ao diagnóstico, pelo que a suspeição e diagnóstico precoces são fundamentais.
Os sinais e sintomas mais frequentes, aos quais é obrigatório estar atento são:
- Aumento dos gânglios linfáticos (zona do pescoço, axilas, virilhas);
- Febre sem uma causa identificada;
- Perda inexplicada de peso e de apetite;
- Suores durante a noite;
- Fadiga/ cansaço;
- infeções de repetição;
- Outros sinais (dependendo da localização do linfoma): tosse, dificuldade em respirar, aumento abdominal, lesões cutâneas, dores localizadas
Dependendo da idade do doente, estado da doença, entre outros fatores, as opções de tratamento incluem quimioterapia, radioterapia, terapia com anticorpos monoclonais e transplante hematopoiético.
Cerca de 77% dos doentes diagnosticados com linfoma vivem 5 anos ou mais após o diagnóstico, com perspetivas cada vez melhores graças às novas terapias.
A APLL (Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas) destaca que há hoje mais esperança e maior qualidade de vida para quem é diagnosticado, com possibilidade real de viver mais tempo com bem-estar.
Texto: Drª Ana Rita Cambão (Médica de Medicina Interna)