É uma condição na qual o intestino se torna vermelho, inchado e com presença de úlceras. As doenças inflamatórias intestinais podem ser divididas em dois grupos principais: a colite ulcerosa e a doença de Crohn.

A designação doença inflamatória do intestino aplica-se essencialmente à doença inflamatória crónica intestinal de causa desconhecida, uma vez que existem outras enfermidades do intestino que não se encaixam nesta definição. Além da doença de Crohn e da colite ulcerosa, a doença inflamatória intestinal engloba também a colite indeterminada.

Sintomas

As manifestações são diferentes para a colite ulcerosa e para a doença de Crohn.

Colite Ulcerosa:

-Há um ataque ao revestimento interno do intestino grosso causando inflamação, ulceração e hemorragia. Durante uma crise de colite ulcerosa, os pacientes quase sempre apresentam diarreia com sangue associada a cólicas, cansaço, perda de apetite e de peso. A remoção do cólon é, em alguns casos, uma opção terapêutica.

Doença de Crohn:

-Ocorre uma inflamação que atravessa toda a espessura da parede intestinal e que pode acontecer em qualquer parte do tubo digestivo, desde a boca até ao ânus. O sintoma mais comum é dor abdominal, que pode estar associada a diarreia, hemorragia, perda de apetite, perda de peso, fraqueza, fadiga, náuseas, vómitos, febre e anemia. A cirurgia pode ser necessária, mas não cura a doença.

Podem ocorrer outros indícios não relacionados diretamente ao intestino tanto na colite ulcerosa como na doença de Crohn. Dentro desses sinais, destaca-se a artrite, com articulações inchadas, doridas e rígidas; úlceras orais; febre; olhos avermelhados, doridos e sensíveis à luz; e erupções cutâneas.

Causas:

Qualquer indivíduo pode desenvolver a doença, independentemente do género, raça ou idade. As pessoas são mais frequentemente diagnosticadas entre os 15 a 25 anos e entre os 45 a 55 anos.

As causas são desconhecidas e, provavelmente, envolvem diversos elementos. Pode existir uma tendência genética que, ao interagir com fatores ambientais, desencadeia uma resposta imunológica descontrolada que provoca o processo inflamatório crónico intestinal. O tabaco tem sido associado ao desenvolvimento da colite ulcerosa.

Diagnóstico:

Começa pela história clínica e pelo exame médico, sendo complementado por análises laboratoriais ao sangue e às fezes, e por estudos radiológicos e endoscópicos que permitem recolher amostras de tecido para uma avaliação mais detalhada. É importante verificar todo o tubo digestivo de modo a compreender a extensão e a gravidade do quadro clínico.

Tratamento:

O tratamento pode ser médico e/ou cirúrgico, dependendo do tipo de doença e da sua extensão. Este deve ajudar a aliviar os sintomas e a estimular a cicatrização das lesões intestinais. De um modo geral, evolui por etapas progressivas até se conseguir a resposta desejada.

É importante conseguir interromper as crises inflamatórias e prevenir futuras recaídas, o que é atualmente mais viável através das novas terapêuticas biológicas e imunomoduladoras. O controlo da inflamação permite, não apenas um importante alívio sintomático, como reduz a necessidade de cirurgia, de uso de medicamentos mais agressivos e de internamentos.

A manifestação dos sintomas pode ser ainda minimizada com o uso de antidiarreicos, antiespasmódicos ou fármacos que ajudem a melhorar a absorção alimentar. Todos estes medicamentos devem obedecer a uma prescrição médica.

Também a prevenção da osteoporose é importante, uma vez que pode surgir como consequência de uma má absorção do cálcio ou como resultado do uso de corticoides.

A cirurgia pode ser necessária nas formas mais graves da doença inflamatória intestinal.